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Sexualidade e envelhecimento

Foto do escritor: Fernanda FarinelliFernanda Farinelli

Existem poucos estudos que relacionam o sexo ao envelhecimento no mundo. A maior parte dos dados compilados consideram até a idade de 49 anos, e com isso, dificulta o correto entendimento do impacto da AIDS/HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) nos idosos.


Estudos e artigos científicos que estudam a relação entre a sexualidade e o envelhecimento, evidenciam que os envelhescentes (também conhecidos como gerontolescentes) de hoje - pessoas entre 45 e 65 anos, quando comparados aos seus pais, possuem uma vida sexual mais ativa. Isso se deve ao fato de terem acesso a medicamentos que melhoram o desempenho sexual, serem sexualmente mais liberais do que as gerações anteriores, terem melhores condições de saúde e por ficarem solteiros ou se divorciarem, com mais facilidade.


Somente uma minoria desses gerontolescentes sexualmente ativos usa preservativo, e com isso, o número de contaminações pelo HIV e por outras doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) tem aumentado significativamente. Nos Estados Unidos, pessoas acima de 50 anos, em 2011, representavam 29% de todas as pessoas com AIDS no país, porcentagem muito maior se comparado a 2001, que era de 17%.


Há pouca campanha de prevenção a AIDS e as DST’s direcionadas aos idosos. Além disso, essas doenças podem ser facilmente confundidas com outros problemas e fatores associados ao envelhecimento.


Outros estudos voltados ao público LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexual) idosos mostram que eles, em grande parte, permanecem invisíveis na sociedade, e com isso, são mal servidos pelos sistemas formais, mesmo em sociedades mais tolerantes. E esse público possui uma prevalência maior de problemas de saúde comuns quando comparados aos heterossexuais, tendo maior risco de incapacidade (incluindo AIDS/HIV, asma e diabetes), problemas psicológicos, maior incidência de tabagismo e uso de álcool e outras drogas, depressão e até suicídio.


Tanto a cultura como o gênero são considerados fatores determinantes abrangentes e transversais que moldam as pessoas e o meio em que estão inseridas ao longo da vida, e podem influenciar e modificar os comportamentos sexuais das pessoas, de acordo com as crenças e valores de cada sociedade.


A cultura influencia todos os aspectos da vida, além de estruturar o papel das mulheres e dos homens e as ideias sobre a posição e o valor das pessoas de diferentes idades, etnias e classes sociais. A globalização e a extensa migração interferem nesses fatores, pois mistura diferentes culturas em uma mesma sociedade.


Com relação ao gênero, as expectativas sobre homens e mulheres desde o nascimento determinam as oportunidades e os riscos para um Envelhecimento Ativo em todas as áreas da vida. Ainda há disparidades significativas entre homens e mulheres, que impactam a saúde e o bem-estar dos idosos.


As mulheres têm maior probabilidade de sofrer violência doméstica e abuso sexual se comparadas aos homens, além de sofrerem discriminação no acesso à saúde, o que contribui para um aumento nas taxas de Doenças Sexualmente Transmissíveis.


Os homens, tendem a se expor a risco com mais frequência ao longo da vida, e dentre outras condições, como a ingestão de álcool em excesso e envolvimento em acidentes de automóveis, também podem levar uma vida sexual mais desregrada e promíscua se comparado as mulheres da mesma faixa etária. Estudos também demonstram que os homens relutam mais a buscar ajuda para lidar com problemas de saúde, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento de DST’s e AIDS/HIV.


Eu não conheço nenhuma política de saúde ou programa de prevenção de DST’s específicos para idosos, seja ela pública ou privada. Mesmo fazendo uma busca específica, não encontrei. Muitos programas são oferecidos sem especificar faixa etária, mas todas as imagens de divulgação oferecidas por esses programas retratam pessoas jovens, o que não deixa de ser um preconceito e pode ser um fator de relutância do idoso em procurar tais programas.


Todas as políticas e programas devem respeitar as culturas e as tradições, e ao mesmo tempo desmistificar estereótipos ultrapassados e informações errôneas.


Para um envelhecimento ativo e prazeroso, é preciso estar atento a saúde física e mental. Cuide-se!

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