Quando falamos em dependência química, estamos falando do uso compulsivo de substâncias psicoativas. O uso de tais substâncias é relatado de diversas formas em todas as culturas já estudadas. Porém, uma parte dos indivíduos que fazem uso destas substâncias desenvolverá o que hoje é considerado uma doença, chamada dependência química.
Não podemos esquecer que não foi sempre assim. Infelizmente ainda encontramos quem considere “falta de caráter” ou “safadeza” esta questão de saúde mental tão séria e com tantas peculiaridades.
No panorama atual, percebemos cada vez mais os jovens consumindo drogas, e por sua vez cada vez mais cedo. Alguns estudos apontam que quanto menor a idade do usuário maior o risco para a intoxicação e também para a dependência.
Os sintomas sinalizadores do abuso de substâncias ou dependência química são: Distúrbio do sono, depressão, ansiedade, humor instável, irritabilidade exagerada, alterações da memória e da percepção da realidade, faltas frequentes no trabalho ou na escola, alterações da pressão arterial, problemas gastrointestinais, história de traumas e acidentes freqüentes, disfunção sexual, entre outros.
Como tratar a dependência química?
Nos casos mais agudos, o tratamento para dependência química pode ser feito por meio de internação em clínicas especializadas. Outra abordagem pode ser o tratamento ambulatorial que pode incluir consultas com psiquiatras, psicoterapia, arteterapia e reabilitação cognitiva.
O tratamento visa a redução ou a abstinência do consumo de substância psicoativa, bem como a melhora da qualidade de vida e do funcionamento social.
A reabilitação cognitiva no tratamento da dependência química
A reabilitação cognitiva é um serviço de apoio ao tratamento da Dependência Química e outros transtornos psiquiátricos associados. É destinada aos pacientes que por conta do uso de álcool e outras drogas tiveram algumas funções cognitivas e executivas prejudicadas (Ex.: memória, atenção, percepção, linguagem, capacidade de planejamento e execução de tarefas).
A reabilitação cognitiva corrige, organiza e estimula essas funções para que o indivíduo desenvolva um pensamento crítico e autônomo. Além disso, esperamos que o paciente se motive e faça planos, tendo mais controle sobre sua impulsividade evitando recaídas. Cabe também à reabilitação cognitiva fazer com que determinados comportamentos sejam reaprendidos, atuando na autoestima do paciente.
Não existe uma forma de tratamento adequada para toda e qualquer pessoa. Deste modo, a abordagem proposta deve contemplar ao máximo as necessidades particulares de cada indivíduo, para que este volte a funcionar produtivamente na família, no trabalho e na sociedade. Deve ser adequada para a sua idade, gênero, etnia e cultura.
Ferramentas e recursos utilizados na Reabilitação Cognitiva
As ferramentas podem variar de acordo com as necessidades de cada paciente. Atualmente existem inúmeras técnicas psicopedagógicas com recursos diversificados como:
exercícios de raciocínio lógico-matemático
enigmas
jogos que representam situações problema
atividades de compreensão leitora
produção textual
ampliação de vocabulário
organização de agenda
Outra ferramenta muito eficaz na Reabilitação Cognitiva é a aplicação e mediação através do PEI (Programa de Enriquecimento Instrumental). As atividades do PEI ajudam o paciente a expandir seu potencial de aprendizagem, aumentar sua eficiência mental e melhorar a qualidade do seu desempenho intelectual.
Resultados alcançados com a Reabilitação Cognitiva
Pacientes que passam pelo programa de Reabilitação Cognitiva tem maior chance de permanecer envolvidos com o tratamento ou abstinentes. Além disso, mostram grande evolução na sua capacidade de tomada de decisão.
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